Negociação salarial em rutura. Bancários ameaçam parar

Os sindicatos esperavam sair da reunião de hoje com uma aproximação de posições, mas não só o encontro acabou por ser cancelado como uma rutura está iminente. Em causa está a revisão salarial dos trabalhadores bancários, cujos termos deveriam estar a ser negociados. Mas tem havido pouco espaço para conversas que levem a consenso.

Queixando-se de verem todas as suas propostas “rejeitadas liminarmente”, os sindicatos dos bancários do Sul e Ilhas e do Centro (SBSI e SBC) ameaçam agora tomar uma atitude mais radical, caso a banca não ceda. “Gorada a expectativa de que imperasse o bom senso e fosse possível uma aproximação entre as partes, SBSI e SBC não estarão disponíveis para manter reuniões em que se repete o mesmo discurso, prolongando no tempo um processo que nada tem de negocial”, esclarecem aquelas estruturas sindicais, em comunicado enviado ao Dinheiro Vivo. E admitem avançar para greves ou quaisquer outras formas de luta.

“Face à intransigência das instituições de crédito, os sindicatos dos bancários desmarcaram a reunião de negociações agendada para hoje e as direções sindicais vão reunir-se para deliberar as medidas a adotar”, especificam, lamentando que, ao contrário da evolução esperada nas negociações que decorreriam hoje, as “instituições de crédito subscritoras do Acordo de Trabalho do Setor Bancário” se tivessem mantido “irredutíveis” na proposta original de 0,75% de aumentos salariais.

Os sindicatos garantem que as suas propostas são rejeitadas sem sequer serem analisadas, pelo que consideram que a marcação de mais reuniões é “perda de tempo”. “As posições estão extremadas. Perante o impasse atual e a possível rutura negocial, as direções do SBSI e do SBC vão reunir-se para deliberar sobre as medidas a adotar, não afastando qualquer das iniciativas que a lei lhes confere.”